A educação, hoje, no Rio Grande
do Sul, muitas vezes é assunto relacionado a reivindicações, brigas do Estado
com professores e vice-versa, entre outros fatores que geram uma grande
polêmica. Paralelo a isso, é sempre bom olhar o outro lado e analisar o
trabalho que é feito em algumas escolas, onde seus gestores estão preocupados,
obviamente, com o seu salário, porém, mais do que isso, fazem do seu trabalho
na escola o seu maior compromisso.
Getúlio de Souza Antunes é
diretor da Escola Cruzeiro do Sul, de São Luiz Gonzaga, há cinco anos. Diretor
de uma instituição que, atualmente, passa por processos de mudança, ele fala a
seguir sobre esses processos, abordando também questões como a recente seca que
assolou a região das Missões e seus impactos sobre a Escola Cruzeiro.
Getúlio com ração fabricada na Escola |
Ensino integrado
A Escola Cruzeiro do Sul se
encontra estruturada em regime onde os alunos possuem duas matrículas, uma no ensino
médio e outra no técnico - esta segunda é composta de disciplinas relacionadas
ao curso de técnico em agropecuária.
“Este ano o Governo implantou o
sistema integrado, que diz respeito às escolas que já possuem o ensino técnico,
caso da nossa. Hoje esse sistema foi implantado em uma turma de primeiro ano,
sendo que continuamos com três turmas de primeiro ano ainda no sistema antigo,
bem como os segundos e terceiros anos”, diz o diretor.
“A principal vantagem que se
observa pela utilização do sistema integrado se refere ao fato de, neste, o
aluno possui somente uma matrícula. Dessa forma, o aluno que procura a escola
para cursar o técnico em agropecuária já está decidido a ser um técnico. No
sistema anterior, o aluno tinha a opção de seguir somente no médio. Esse fato
gerava uma ociosidade do aluno junto a Escola, o qual preferia continuar
estudando junto ao educandário. Como a escola só trabalhava com concomitância
(duas matrículas), ela se tornava impotente em solicitar o aluno que procurasse
uma escola que trabalhasse especificamente com o ensino médio. O integrado
trará essa vantagem”, explica Getúlio.
Impacto da seca
Já que a Escola Cruzeiro se
assemelha a uma propriedade rural, crises como as provocadas pela recente seca no
território das Missões são amplamente sentidas na Instituição, como enfatiza
Getúlio: “prejuízos na agricultura e pecuária são palpáveis. Os mesmo são
amenizados pela pulverização da produção mantida pela Escola. A diversificação
se encontra exemplificada nos fazeres do educandário, o qual não se ocupa de
apenas uma atividade. Dessa forma, quando ocorre uma frustração em um setor,
esse prejuízo é distribuído junto a outros, porém todos sofrem”.
Conscientização
Segundo Getúlio, este é um dos
fatores mais trabalhados na Escola Cruzeiro. Paralelamente, a escola possui
alguns exemplos de preservação de mananciais, que dizem respeito à necessidade
de um novo olhar sobre os recursos naturais.
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