segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cinema mudo: fragmento da Sétima Arte

Denominado como a Sétima Arte, o Cinema encanta multidões há tempos. Em dezembro de 1895, pela primeira vez um filme foi projetado publicamente em uma tela. Esta projeção foi realizada pelos irmãos Lumière e aconteceu em um café parisiense. Foram cenas simplórias, sendo uma delas a de um trem chegando a uma estação. Em poucos meses, todas as grandes cidades da Europa tinham filmes em exibição.


Primeiramente, os filmes não eram seguidos por uma sonoridade condizente com as imagens em desfile nas telas, mas isso não significa que eles eram partidários do silêncio absoluto. Embora fossem remotos os sonhos de sincronizar cenas dos filmes com registros sonoros próprios, os avanços tecnológicos ainda eram incipientes, não permitiam a realização deste anseio.



A carência de tecnologia não impedia que, nos locais de exibição das películas, em teatros, óperas ou feiras, as cenas cinematográficas fossem acompanhadas por compassos tocados ao piano. Estas músicas variavam conforme o espaço no qual os filmes eram transmitidos, pois a escolha sonora dependia do ponto de vista do pianista sobre a obra exibida.

Não se sabe exatamente quem deu origem à trajetória do cinema. Personagens geniais, como Thomas Edison, no fim do século XIX, o francês Meliés e o inglês G. A. Smith, com suas primeiras tentativas, podem ser considerados pioneiros neste empreendimento, mas a história reservou aos irmãos Louis e Auguste Lumieré a honra de ter lançado os alicerces desta indústria do entretenimento.

Os primeiros momentos da evolução do cinema foram conhecidos como ‘período mudo’ entre os pesquisadores deste campo. Como os sons não podiam vir em auxílio do público, a compreensão dos filmes era realizada através da inserção de legendas, com o objetivo de tornar os acontecimentos mais claros para os que assistiam a película. Ao longo de trinta anos o que se conhecia por cinema se resumiu a esta modalidade, que já transmitia à platéia a magia que seria sua marca nos séculos posteriores, mesmo sem apoio sonoro.




Enquanto isso, vários ensaios se sucediam nesta área, na Europa e nos EUA. Apesar da ausência do som, as altas classes eram atraídas para esta esfera cultural, renovações eram introduzidas na produção dos filmes, todo o potencial desta nova arte era explorado, mas a projeção cinematográfica criada pelos Lumiére ainda não era utilizada em todas as suas inúmeras possibilidades. Esta descoberta já permitia ajustar som e imagem sincronicamente, mas os investimentos financeiros elevados que eram exigidos por esta tecnologia desestimularam os primeiros empreendedores cinematográficos. Eles preferiram aplicar seus recursos no trabalho de direção, na operação da câmara e na montagem das cenas.

As primeiras exibições brasileiras
A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante belga Henri Paillie. Naquela noite, numa sala alugada do Jornal do Commercio, na Rua do Ouvidor, foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico para o Brasil, pois os ingressos não eram baratos. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto.


Hoje em dia, os pesquisadores consideram que os primeiros filmes realizados no Brasil são "Ancoradouro de Pescadores na Baía de Guanabara", "Chegada do trem em Petrópolis", "Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí" e "Uma artista trabalhando no trapézio do Politeama".

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