sábado, 7 de abril de 2012

Eu não sou da geração Y!

Será que a cultura que educa uma geração realmente é eficaz? Educação e formação pessoal são fatores muito relativos. Adapta-se conceitos, metodologias, formas de comunicação e lazer em prol do pensamento de que aquele grupo de pessoas possuem características semelhantes. Fala-se muito em segmentação de mercado, mas nesse ponto, acredito que ocorre o contrário. Padroniza-se um discurso e uma linguagem direcionando-se a uma geração emoldurada pela cultura que rege sua história.

E quem fica à margem do processo histórico, vivendo em um contexto pessoal e social diferente da maioria das pessoas de sua geração? O sentimento de deslocamento quanto às outras pessoas de sua idade é evidente. O trabalho é redobrado para compreender o discurso que se dirigem para ti.

Eu sou um exemplo claro. Sem sombra de dúvida, utilizo as linguagens digitais, as redes sociais, mas sinceramente, não sou muito fã. Acredito que seja um entretenimento e um passatempo, e o hoje em dia é fundamental para o trabalho na Comunicação, quase que impensável não mergulhar no mundo das redes para exercer nosso trabalho como Jornalistas. Mas eu ainda não consigo me sentir dentro da cultura das tecnologias digitais. Cada geração possui a sua forma de garantir uma sociabilidade e de preencher alguns vazios existenciais que toda geração possui. Acredito que o ato da exposição na rede e a repercussão dessa exposição entre os amigos de perto e de longe deva garantir uma satisfação e uma sensação de prazer inquestionável. Até porque a vida que é narrada nesses redes  é uma vida perfeita, de conto de fadas, mas será mesmo assim na vida real? É claro que não. Ninguém vai querer compartilhar com os outros uma momento de decepção, por exemplo. Mas comigo isso não acontece, como não aconteceria com minha avó ou meus pais, será mesmo, estou perdida?!

Querem saber? Acho esse meu jeito bem interessante. Não me julgo, nem me sinto a “menina das cavernas”, embora às vezes eu seja. Me sinto um máximo cada vez que aprendo uma ferramenta nova dessa tal de tecnologia digital. Vou me virando como posso. E quando não posso dou um grito, em casa, na sala de aula ou lá no face mesmo...Lya Luft escreveu em algum de seus livros que somos ao mesmo tempo “inocentes e responsáveis por nossas escolhas”. Tomara  que ela esteja certa. Porque deposito a culpa dessa minha “obsoletisse” ao fato de ter tido acesso frequente à internet e ao computador apenas no início da faculdade e por conviver com pessoas que acreditam ter um site só seu sem nunca ter acessado a rede: meu pai teima comigo que ele tem um endereço que a Vivo tinha feito para ele-www.jorge.com.br!! E nem adianta tentar explicar.

Me considero fora da geração Y, mas não me sinto totalmente mal por isso. Devo estar em alguma geração, talvez a Z, X... só espero que não esteja tão perto do início do alfabeto! Talvez algum dia por aí, me rendo. Talvez até curta esse universo simbólico das redes de comunicação virtuais. Talvez até entenda qual o grande significado de clicar curtir, gosto, comentar... Ou talvez, ao estudar de forma mais aprofundada a Teoria Crítica fique mais avessa ainda!! Sei lá. O que importa mesmo é que a gente se sinta completa e satisfeita, com ou sem as redes para nos ligar a esse sentimento.

Um comentário:

  1. haahhahaha Muito engraçado o "site" do teu pai.
    Eu definitivamente sou da geração y...Muita gente usa as redes sociais para choramingar as suas mágoas e reclamar do mundo.

    Super verdade o que você falou no final, eu já não imagino a minha vida sem toda essa parafernalha tecnológica, mas sei que muita gente vive bem sem...

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