sexta-feira, 20 de abril de 2012

Por que estamos lendo tão pouco?

A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pela Fundação Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência, estudou cinco mil pessoas em 315 municípios do país. Concluiu-se que de 2007 pra cá, o índice de leitura caiu de 4,7 livros por pessoa para quatro títulos. E o número de leitores caiu de 95,6 milhões, há cinco anos, para 88,2 milhões no ano passado – uma queda de 9,1% ao mesmo tempo em que a população cresceu 2,9% no mesmo período.

Mesmo com a diminuição nos índices de analfabetismo, facilidade de ingresso às escolas, governo investindo mais na compra e distribuição de livros para bibliotecas, o brasileiro ainda lê pouco. O ato de ler é um processo de entendimento do mundo por meio da palavra, que é o instrumento de interação entre os homens. Segundo Paulo Freire, a leitura do mundo precede a leitura das palavras.

As novas tecnologias despertam o interesse dos jovens pela leitura, mas não há comprovação de que este modo de ler seja útil ao crescimento pessoal, por ser demasiadamente interativo. O interesse pela leitura deveria começar em casa, e não na biblioteca da escola. E a própria escola acaba por desestimular leitores, ao tornar obrigatória a leitura de certos títulos.


Existem bons livros no mercado, assinados por bons autores, e com preços acessíveis. O que faltam são leitores conscientes do benefício da leitura crítica, que sejam capazes de captar sentidos e usá-los em seu próprio benefício e da sociedade. Para reverter o quadro atual, uma solução seria estimular a leitura na infância, para que os índices apontem para um futuro de leitores assíduos.


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